terça-feira, 23 de outubro de 2012

Avô



   Não consigo parar de pensar… Eras a minha luz e agora vivo sob a escuridão. Pareço estar bem mas por dentro a minha vida terminou no dia que recebi aquele telefonema.

   Ainda não consigo acreditar que isto tudo e verdade. Na minha mente acho que tudo é apenas uma ilusão e que tu não desapareceste, contínuas aqui comigo como sempre estiveste durante tantas fazes da minha via. Mas no fundo sei que algum dia tenho de encarar a dura realidade e aceitar que tu te foste….

   Eras a pessoa que mais amava e agora tenho de viver com o fardo de nunca mais te ter ao meu lado. Não sei como vou conseguir continuar a minha vida. Cada vez que me lembro daqueles pequenos momentos… cada tarde passada em que tu tinhas a paciência de me aturar, cada vez que me ias buscar a escola e que eu embirrava que queria ir as cavalitas, e mesmo tu estando com dores satisfazias o meu desejo só para me veres feliz, cada vez que tu satisfazias os meus caprichos… são as lembranças desses pequenos momentos que me fazem desabar em lágrimas.

   Sei que não fui a melhor neta, mas mesmo assim tu amavas-me. Mesmo das vezes em que eu não merecia ser amada.

   Sinto tanta a tua falta. Só espero que a minha vida esteja prestes a acabar porque para uma pessoa da minha idade já sofri demasiado e já perdi as pessoas que eram mais importantes para mim. Porque não posso ser eu no lugar dessas pessoas?

   Não acredito em céu ou inferno. Mas se existir algo para além desta vida espero que estejas onde estiveres me continues a amar como eu te amo…

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Reencontro




  Sozinha era como eu me sentia. A sua presença havia desaparecido. Tudo o que sobrava era a escuridão.
Morte? Será esse o meu destino?

  Tudo o que desejei foi Ele. Deixei tudo e todos, a minha família os meus amigos.

  Quando o seu corpo se uniu ao meu num só senti uma felicidade extrema. A sensação de o ter só para mim, poder satisfaze-lo enquanto ele me satisfazia era de uma magnitude que nem posso explicar. Apesar da dor, sim eu era virgem, foi maravilhoso.

  Os dias passaram e eu tola seguia-o por todo o lado. Desde daquela noite ele nunca mais me havia tocado, mas eu não me importara. Dizia a mim própria que ele andava ocupado e que não tinha tempo para este tipo de coisas. Que ingénua que fui.

  Numa noite de lua cheia ele levou-me para um armazém abandonado, drogou-me e quando eu recuperei a minha consciência estava nua amarrada a uma mesa no centro de um pentagrama. Ele apunhalou-me deixando o meu sangue escorrer ate ao chão. Fui ai que me apercebi eu era um sacrifício, uma virgem desonrada pelo seu carrasco com o fim de invocar um demónio. Enquanto sentia a minha vida a abandonar-me algo me preenchia. Algo novo e poderoso algo que não era eu.

  Perdi a consciência novamente e quando acordei pela segunda vez nessa noite a primeira coisa que vi foram os seus olhos negros.

  Deu-me a mão enquanto me saudava em sinal de respeito

  - Bem-vinda minha rainha

  -  Michael finalmente nos reencontramos. Agora prepara-te. Temos uma guerra para ganhar…

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Sangue


Sangue
Sangue… era tudo o que eu via.

Ola chamo-me Zoey Moguerstern e esta é a minha história…

Eu era feliz…bem até certa altura… Tinha 8 anos quando o meu pai morreu, foi ai que o meu inferno começou.

A pessoa que me devia proteger de todo o mal tornou-se na minha pior inimiga.

Todos os dias eu sofria, todas as vezes que ela me batia tudo o que eu me limitava a fazer era chorar. A dor de ser agredida pela pessoa que mais confiava era tanta, que tive de arranjar uma maneira de a afastar. Por isso comecei a cortar-me. No inicio eram apenas pequenos cortes superficiais mas a medida que as agressões aumentavam também a minha necessidade de tentar afastar a dor psicológica com a dor física por isso as mutilações foram se tornando mais profundas.

Miseravel, era como eu me sentia. Tao fraca e impotente.

Aquele ser que me deu vida é agora a causa da minha morte.

Aqui estou olhando para o meu sangue enquanto aprofundo ainda mais o corte no meu pulso. O liquido escarlate vai manchando o chao de mármore branco à media que perco os sentidos.

Agora, enquanto dou o meu ultimo suspiro, peço que toda a gente que está na mesma situação que eu, que não seja cobarde como eu fora, que lute pela sua liberdade e pela sua felicidade.

Isto não é um grito de socorro mas sim de guerra.

Zoey Moguerstern
1994/2012

quinta-feira, 22 de março de 2012

A última valsa de Chopin


   Bem chegou a hora de falarmos de livros.

   Á pouco tempo uma amiga minha fez uma apresentação para literatura em que falava do livro A última valsa de Chopin, depois da sua apresentação não consegui resistir e pedi-lhe o livro emprestado. Já agora muito obrigada Mónica por me teres emprestado o livro, e que se não fosse a tua apresentação nunca me iria interessar por esta história perdendo assim a oportunidade de ficar a conhecer a vida de um génio da música. Adoro-te <3



   A última valsa de Chopin é uma biografia escrita pelo autor José Jorge Letria, nela o autor narra-nos toda a vida e as paixões de Chopin tal como se tivesse a ter uma conversa de amigo para amigo com o músico.

   Não vou contar a história porque acho que isso deve ser cada um a descobrir, mas posso dizer que quem ler não vai ficar desiludido, o livro prende-nos desde do início ao final, a escrita é muito simples e no final de ler o livro tal como aconteceu com a minha amiga descobri o meu gosto por musica clássica. Por isso vou acabar este post com uma das mais conhecidas músicas de Chopin a Marcha fúnebre e com uma das minhas favoritas Nocturno.



   Espero que tenham gostado. Este é um excelente livro e vale a pena ler.

Excerto:

"José Jorge Letria fala-nos da realidade de Chopin com uma eficácia tanto mais surpreendente quanto também é certo que nunca recua perante a emoção que se adivinha em cada linha do seu livro. Uma biografia original e a vários títulos notável."
António Victorino D'Almeida, in Prefácio






quarta-feira, 21 de março de 2012

Memória


   Bem no meu último teste de Português, em que eu tirei 9,6 uma vergonha L, houve uma parte em que tivemos de escrever uma memória. Depois de muito pensar decidi inventar uma, e como gostei tanto como ficou decidi mete-la aqui.

   Espero que gostem….


Ainda me lembro daquele dia da noite escura e da rua deserta pela qual eu passava. De repente, como se se tivesse materializado na escuridão, ele apareceu, era o rapaz mais bonito que alguma vez vira. Avancei até ele desconhecendo que ia ao encontro da minha perdição.

Desmaiei e, sem saber como fui parar a um quarto desconhecido, tentei levantar-me, mas a minha cabeça latejava. Levei a mão à testa e vi sangue, olhava hipnotizada para o líquido carmim quando ele entrou, prendeu-me à cama e eu, estando fraca não fiz nada para o impedir. Ele posicionou-se em cima de mim e foi aí que senti a dor, tanto no meu corpo como na minha alma. Queria gritar, mas não conseguia. Permaneci completamente parada enquanto aquele anjo negro roubava a minha inocência, depois olhou para mim e senti a minha alma a desaparecer.

Depois disso não me lembro de mais nada. Acordei no hospital.

Agora, as feridas do meu corpo sararam e a única marca que me resta desse dia é o pequeno anjo que está a dormir no meu colo, a minha filha.


   Bem dramático não? Enfim tal como eu!!! Beijos <3



segunda-feira, 12 de março de 2012

Carta ao Papá



Olá Papá,


   As palavras que te quero dizer são tantas que nem sei por onde começar. Eu sei que a culpa não foi tua , mas, mesmo assim, inconscientemente culpo-te por te teres ido embora e por me teres deixado aqui sozinha, presa num labirinto sem fim do qual tento escapar, mas sem sucesso. Sempre que tento gritar por socorro as palavras ficam presas na minha garganta e, por isso, permaneço em silêncio, sofrendo calada. Em todas as noites em que eu me fechava no meu quarto a chorar, dava por mim a desejar que entrasses pela porta, que me abraçasses e que me dissesses que tudo ia ficar bem.

   Só tu conheces a verdadeira extensão da minha dor e o que eu mais quero é ouvir o som da tua voz uma vez mais, mas parece que a única coisa que consigo ouvir é o inferno que a minha vida se tornou.

   Perdoa-me por tudo! Sei que nunca fui a filha perfeita e peço-te perdão pelos meus inúmeros defeitos.

   Odeio aquele fatídico dia de Outubro em que a minha vida mudou tão drasticamente e tudo o que desejo é poder apaga-lo da minha memória. Irei sempre lembrar-te como a pessoa alegre, forte e corajosa que eras e para sempre perdurarão na minha memória os maravilhosos oito anos que passamos juntos.

Adoro-te
Um beijo da tua menina